quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Dona Rosa, a guerreira

Dona Maria Rosa Leite Monteiro morre aos 84 anos, em Taguatinga

Sérgio Maggio
Frederico Bottrel
Publicação: 20/09/2012 09:10 Atualização: 20/09/2012 10:52

 (Raimundo Pacco/CB/D.A Press - 10/7/2000)
Dona Maria Rosa Leite Monteiro, mãe do estudante Honestino Guimarães, desaparecido nos anos 1970, faleceu na madrugada desta quinta-feira (20/9), aos 84 anos. Uma das primeiras vozes a denunciar os desaparecimentos e torturas durante a Ditadura Militar no Brasil, Dona Rosa vinha recentemente enfrentando problemas de saúde relacionados à perda de memória. Sofreu uma queda no último final de semana, no apartamento em que morava, em Águas Claras. Foi internada com fratura no fêmur e não resistiu às complicações decorrentes de uma cirurgia, no Hospital Alvorada, em Taguatinga.

Desde o desaparecimento de Honestino, que era líder estudantil na Universidade de Brasília (UnB), Maria Rosa se empenhou em luta fenomenal para encontrá-lo. Relatou a saga no livro Honestino, o bom da amizade é a não cobrança, importante registro sobre o período. Foi dos primeiros documentos a revelar a dor do desaparacimento de procurados da ditadura a partir do âmbito familiar. Honestino Guimarães, desaparecido em 10/10/1973 aos 26 anos, foi sequestrado, torturado e morto. O corpo de Dona Rosa será velado a partir de 9h desta sexta-feira (21/9), na ca

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Fecha o pano

Ele fechou a porta do teatro, apagou a luzes, ouviu uma frase de lamento. Era uma despedida, um nó de morte. Havia uma lacuna, um silêncio... interrompido por palmas que vinham de um outro auditório. Pegou aquele aplauso emprestado para o espetáculo abortado que escorria pelas pernas como um sangue-placenta. Foi melhor seguir assim... sob o som festivo e alheio... Fecha o pano...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Dia histórico

Nunca mais sigilo oferecerá guarida ao desrespeito', afirma Dilma

Presidente sancionou nesta sexta a lei que cria Comissão da Verdade.
Ela também assinou lei que acaba com sigilo eterno de documentos oficiais.

Priscilla Mendes Do G1, em Brasília

A presidente da República, Dilma Rousseff, sancionou nesta sexta-feira (18) a lei que cria a Comissão da Verdade e a Lei de Acesso à Informação.

A Comissão da Verdade irá apurar violações aos direitos humanos entre 1946 e 1988 - período que inclui a ditadura militar - e terá dois anos para produzir um relatório com conclusões e recomendações sobre os crimes cometidos.

A Lei de Acesso à Informação acaba com o sigilo eterno de documentos públicos e estabelece prazo máximo de 50 anos para que as informações classificadas pelo governo como ultrassecretas sejam mantidas em segredo.

A presidente Dilma discursa em cerimônia de sanção da lei da Comissão da Verdade (Foto: Roberto Stuckert / Presidência)Dilma e ministros na cerimônia de sanção da lei da Comissão da Verdade (Foto: Roberto Stuckert /PR)

A presidente – presa e torturada pela ditadura – disse ser “um grande orgulho sancionar essas duas leis” e que “o silêncio e o esquecimento são sempre uma grande ameaça”.

“Nenhum ato ou documento contra os direitos humanos pode ser colocado sob sigilo de espécie alguma. O sigilo não oferecerá nunca mais guarida ao desrespeito, aos direitos humanos no Brasil", afirmou.

A presidente classificou como “fundamental" o conhecimento do passado pela população, "principalmente o passado recente, quando muitas pessoas foram presas, torturadas e mortas”.

Dilma foi aplaudida diversas vezes durante a cerimônia, que contou com a presença dos quatro comandantes das Forças Armadas, além de ministros e parlamentares. A presidente falou em “subordinação do Estado aos direitos humanos”.

“Acredito que [...] a entrada em vigor da Lei de Acesso à Informação e da lei que cria e instala a Comissão da Verdade são momentos especiais que ficarão para sempre marcados na histórica do Brasil e colocam nosso país num patamar superior, de subordinação do estado aos direitos humanos”.

Ela disse ainda que a sanção “corresponde plenamente ao nosso compromisso com a transparência de todos os órgãos públicos, garante o acesso a historia do país e reforma o exercício cotidiano na fiscalização do Estado”.

Membros da comissão
Dilma não anunciou nesta sexta os sete membros da comissão. O texto prevê que os integrantes deverão ser "de nacionalidade brasileira, designados pelo Presidente da República, com base em critérios como o da pluralidade, reconhecimento de idoneidade e de conduta ética e por defesa da democracia, da institucionalidade constitucional e dos direitos humanos".

Durante o trabalho, o grupo poderá requisitar informações a órgãos públicos, inclusive sigilosas, convocar testemunhas, realizar audiências públicas e solicitar perícias.

O texto do projeto incorporou mudança incluída na Câmara sob pressão da oposição. Na época, uma emenda apresentada pelo DEM e aprovada pelos deputados vetou a indicação de "quem exerce cargo no Executivo e em partido, quem não tenha condições de atuar com imparcialidade e quem esteja no exercício de cargo em comissão ou função de confiança".

A comissão contará com 14 funcionários, além do suporte técnico, administrativo e financeiro da Casa Civil. A comissão terá ainda de enviar aos órgãos públicos competentes informações que ajudem na localização e identificação de restos mortais de pessoas desaparecidas por perseguição política.

Lei de Acesso à Informação
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que, com a Lei de Acesso à Informação, “a informação será colocada com extrema publicidade e com restrições pequeníssimas” e ressaltou que o tema foi tratado no Congresso Nacional não como uma questão partidária, mas sim de Estado.

Para o ministro, “não é com abuso de poder, castração de pensamento e supressão de pensamento que se controla a paz de um povo e seu desenvolvimento”.

Cardozo afirmou que, “com a verdade, sabemos onde e quando erramos e o que deve ser feito para que os maus exemplos não se repitam”.

“Não há restrições que se admitam. Há sempre luz do sol, há sempre conhecimento para que efetivamente a sociedade brasileira possa ter consciência de absolutamente tudo no que diz respeito a esses direitos fundamentais”, disse.

A proposta que acaba com o sigilo eterno - enviada ao Congresso pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2009 - padroniza o acesso a informações públicas no país, obrigando governos federal, estaduais e municipais a atender demandas por dados e documentos assim que requisitados. Documentos relativos a violação dos direitos humanos, inclusive aqueles produzidos durante o regime militar (1964-1988), não poderão ficar sob sigilo.

O texto prevê ainda a criação de uma comissão com membros do Executivo, Legislativo e Judiciário, responsável pela classificação dos documentos em três tipos: reservado (mantidos em segredo por 5 anos), secreto (15 anos) e ultrassecreto (25 anos).

Atualmente, o documento ultrassecreto fica guardado por 30 anos, mas esse prazo pode ser prorrogado sucessivamente. Com a nova lei, os o prazo de 25 anos poderá ser prorrogado apenas uma vez. A contagem do prazo começa a partir da produção do documento.


Atraso brasileiro

Economist' analisa 'atraso' brasileiro em lidar com os crimes da ditadura

Revista compara situação no Brasil com a de países vizinhos e diz que, enquanto o passado recente não for examinado, a 'repressão vai continuar'.

Da BBC

18 comentários

Em sua edição desta semana, a revista britânica 'Economist' trata da polêmica da Comissão Nacional da Verdade e analisa como o Brasil está atrasado em relação soa vizinhos para lidar com o legado da ditadura.

A revista lembra que o projeto da comissão, que pretende esclarecer violações dos direitos humanos ocorridas de 1946 a 1985, já foi aprovado no Senado e deve ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff nesta sexta (18).

E afirma que apesar de os três últimos presidentes do país terem sofrido nas mãos dos militares - Dilma foi torturada; Lula, preso e Fernando Henrique, obrigado a se exilar -, só agora o assunto está sendo tratado de maneira mais aprofundada.

Diante disso, a publicação compara a situação do Brasil com seus vizinhos que mais sofreram com os chamados anos de chumbo.

'O Brasil tem sido lento na revisão dos crimes da ditadura. A Argentina começou a processar os militares logo após o colapso do regime, em 1983', diz a reportagem.

'A Suprema Corte do Chile decidiu em 2004 que os 'desaparecimentos' não eram passíveis de anistia.'

'Amnésia coletiva'
Na avaliação dos especialistas ouvidos pela 'Economist', essa demora no Brasil se deve ao fato de a transição para a democracia ter sido mais lenta e controlada no país.

'O regime não entrou em colapso após uma guerra desastrosa como aconteceu na Argentina ou enfrenta ameaça de protestos, como Augusto Pinochet no Chile.'

Outra razão citada é uma tendência dos brasileiros em sofrer de uma espécie de 'amnésia coletiva'. Segundo Maurício Santoro, da Fundação Getúlio Vargas, aponta na revista para o contraste entre o Brasil, 'o país do futuro', e a Argentina, que 'têm uma obsessão pela era de ouro em que viveram no passado'.

Segundo a 'Economist', uma das consequências desse atraso 'é que a repressão continua, só que agora a violência se concentra mais na polícia, e não no Exército'.

A revista destaca que a truculência da polícia é raramente punida e frequentemente aplaudida, como acontece nos filmes 'Tropa de Elite', e que ativistas esperam que a Comissão da Verdade altere essas opiniões.

'Algumas coisas só acontecem quando e se a sociedade está pronta', diz um dos entrevistados da matéria, Atila Roque, diretor da ONG Anistia Internacional no Brasil. 'Acho que estamos prontos'.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Trincheira no Mitos do Teatro Brasileiro


Foto: Ronaldo de Oliveira

Teatro Subversão de palco e plateia

Foto de Ronaldo Oliveira
Foto Ronaldo Oliveira
Mariana Moreira
Acostumados a serem receptores da ação teatral, os espectadores do projeto Mitos do Teatro Brasileiro, que homenageou o diretor e dramaturgo Augusto Boal nesta terça-feira, viveram uma experiência diferente. Durante alguns instantes, foram deslocados para a posição de atores, ou espect-atores, para usar expressão cunhada pelo próprio homenageado. Antes dos depoimentos da noite, feitos por Amir Haddad, Aderbal Freire Filho e pela viúva do teatrólogo, Cecília Boal, os comandantes da parte cênica da homenagem, os atores J. Abreu e Sílvia Paes, apresentaram um impasse, baseado no Teatro do Oprimido, criado por Boal.
Diante do impasse, uma mulher que quer ensaiar um espetáculo mas é reprimida pelo marido, a plateia foi convidada a debater soluções possíveis, além de subir ao palco e encenar sua sugestão. O exercício rendeu cinco alternativas apresentadas pelo público.
Antes de relembrar o amigo, o diretor e professor de teatro Amir Haddad, pediu que as luzes do Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), fossem acesas. “Não combina com o Boal deixar a plateia mergulhada no escuro e o palco superavalorizado”, explicou.
Em seu tributo, Haddad ressaltou a grande contribuição dada pelo amigo ao teatro. “O teatro não depende do mistério. Essa desilusão faz parte da desmistificação. Todo mundo pode fazer teatro. Ele é uma atividade pública feita por particulares”, defendeu. Seu depoimento, de forte teor político, atribuiu a Boal um esforço para liberar o teatro de uma opressão ideológica imposta pela sociedade burguesa capitalista.
Após assistir à cena que evoca os tempos em que o homenageado dirigiu o show Opinião, Aderbal Freire-Filho fez questão de incluir Boal no panteão de mestres universais da cena. “O Teatro do Oprimido é, merecidamente, seu legado mais conhecido. Mas ele era um mestre e mestres não podem ser contidos em uma criação. O autor Boal eram muitos. O diretor, também”, exemplificou Freire-Filho, que citou a criação do artista-cidadão como uma das principais contribuições do diretor.
O desfecho ficou por conta da mulher do artista, Cecília Boal, que revelou sua preocupação com uma abordagem menos política e mais superficial do legado do marido. “Essa quebra dos limites entre o palco e a plateia é um convite à transgressão, mas precisa seguir regras. É importante que seja uma assembleia onde se pensa junto, e de onde se pode sair com uma possibilidade de ação concreta”, reforçou ela. “ Augusto Boal é como Raul Seixas: vai ficando cada vez melhor”, concluiu Amir Haddad.
Tributos -- O projeto, que revisita as trajetórias de grandes nomes das artes cênicas nacionais, já homenageou Dulcina de Moraes, Dercy Gonçalves, Procópio Ferreira, Nelson Rodrigues, Cacilda Becker, Chico Anysio, Maria Clara Machado, Plínio Marcos, Lélia Abramo e Paulo Autran. A temporada se encerra em 22 de novembro, com um tributo à atriz Dina Sfat.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Hoje, Trincheira saúda o mestre Boal

Mitos do Teatro Brasileiro homenageia o mestre da dramaturgia Augusto Boal

Mariana Moreira

Publicação: 18/10/2011 08:15 Atualização:

Augusto Boal deixou 22 livros escritos, traduzidos para mais de 20 idiomas (Zuleika de Souza/CB/D.A Press )
Augusto Boal deixou 22 livros escritos, traduzidos para mais de 20 idiomas

Existem lugares no mundo em que as pessoas conhecem ele e não conhecem Pelé.” A frase é do diretor e professor teatral Amir Haddad, sobre o amigo Augusto Boal, diretor, dramaturgo e ensaísta que influenciou profundamente a cultura brasileira e criou novos limites para o jogo dramático. O próprio Haddad já comprovou esse prestígio. Durante uma viagem à Alemanha, entrou em uma livraria e pediu obras sobre teatro. O vendedor, então, disse que mostraria a ele algo especial, e o levou a uma estante de livros escritos por Boal. O legado do criador do Teatro do Oprimido será foco de mais uma edição do projeto Mitos do Teatro Brasileiro, em cartaz hoje, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), a partir das 20h.

O método criado por Boal, hoje presente em mais de 77 países, nos cinco continentes, casava teatro com pedagogia, tendo a transformação social como alicerce. A ideia era usar a ação dramática para formar lideranças nas centros urbanos, subúrbios e comunidades rurais. “É o teatro no sentido mais arcaico do termo.

Todos os seres humanos são atores — porque atuam — e espectadores — porque observam. Somos todos espect-atores”, escreveu o próprio Boal. Utilizado por não atores, serviria como instrumento de reflexão política. Seu conjunto de exercícios e jogos cênicos resultou em um novo método de preparação de atores, que teve impacto mundial.

Cecília Boal: luta para preservar o acervo do marido no Brasil (Institutoaugustoboal.wordpress.com)
Cecília Boal: luta para preservar o acervo do marido no Brasil

Amir Haddad, por sinal, é um dos convidados a participar da noite, com formato de teatro-documentário, e dar um depoimento sobre o diretor. “Ele era uma voz atuante, um emblema de resistência, de possibilidade de construção de um outro mundo. Não esse mundo de corrupção, discriminação racial, segregação, saneamento étnico, violência e injustiça”, defende. Em 1992, Boal candidatou-se ao cargo de vereador, pelo Rio de Janeiro, e Haddad era confundido com ele nas ruas. Ao sair da cabine de voto, ouviu de um eleitor: “Votei em você”. “Eu tinha orgulho em ser confundido com alguém que abriu caminhos importantes e corajosos para a população brasileira. Caminhos que vão além do discurso ideológico, são atitudes humanistas”, afirma.

A atuação de Boal não se resume a elevar o teatro ao posto de ferramenta social e política. Antes do Teatro do Oprimido, que ganhou formatação nos anos 1970, durante o exílio que o levou a viver entre a Argentina e a França, ele já acumulava longa experiência nos palcos. Integrou o Teatro de Arena, uma das maiores companhias brasileiras, e dirigiu espetáculos históricos. Durante a ditadura militar, realizou o famoso show Opinião, com Zé Keti, João do Vale e Nara Leão, que depois seria substituída pela estreante Maria Bethânia. Deixou 22 livros escritos, traduzidos para mais de 20 idiomas. Em 2008, foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz, e no ano seguinte foi nomeado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) embaixador mundial do teatro.

Como Brecht
Quando Boal faleceu, vítima de uma leucemia, em 2009, o diretor Aderbal Freire-Filho declarou: “Ele é um dos deuses do arquipélago do teatro, um dos mitos da nossa religião”. Também convidado a falar sobre o amigo na homenagem, Freire-Filho defende que Boal, ao lado de mestres como Constantin Stanislavksi e Bertolt Brech, marcou o século 20. “O que esses mestres têm de maior é propor um avanço, fazer com que o teatro vá mais longe na relação com a sociedade”, defende. Outra contribuição marcante, aponta Freire-Filho, é a criação dos seminários de dramaturgia, que revelaram textos clássicos de Oduvaldo Vianna Filho e Gianfranceso Guarnieri.

Amir Haddad: saudades do colega e criador do Teatro do Oprimido (Jose Varella/CB/D.A Press )
Amir Haddad: saudades do colega e criador do Teatro do Oprimido

O tributo contará ainda com os atores J. Abreu, codiretor do evento, a atriz Sílvia Paes e atores da Cia. Trincheira de Teatro, em cenas inéditas criadas pelo dramaturgo Sérgio Maggio. A primeira delas evoca o Teatro Fórum, uma das bases do sistema desenvolvido por Boal.

Nele, a barreira entre plateia e palco é destruída e os espectadores dialogam livremente com os atores. Uma cena em que há conflito e opressão será apresentada, e o público poderá assumir o papel de protagonista, apresentando soluções possíveis. Na segunda encenação, será revivida uma história real, dos bastidores do show Opinião. Além de atriz do Teatro do Concreto, Sílvia é multiplicadora das técnicas de Boal no Centro-Oeste. “O Teatro do Oprimido não é utopia. Ele não transforma o mundo inteiro, mas transforma sua própria vida. Eu mudei, como mulher e cidadã”, afirma.

Mitos do Teatro Brasileiro — Augusto Boal

Hoje, às 20h, no Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil (SCES, Trecho 2, Lote 22 - 3108-7600). Participação de Aderbal Freire-Filho e Amir Haddad. Com J. Abreu e Sílvia Paes. Entrada franca, mediante retirada de senhas, distribuídas com meia hora de antecedência. Não recomendado para menores de 12 anos.